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2008-03-17 - CARGOS DE CONFIANÇA/COMISSIONADOS
 “Existe em nosso meio, também, os que vivem para a política, nesse caso são aqueles que sacrificam até seus próprios interesses pessoais em nome do bem comum. Isso também revela o que estes homens têm de melhor, pois o objeto destes é essencialmente nobre, estando ligado ao cuidado com o outro. Portanto, esta vocação também está relacionada a um sentimento de responsabilidade pelo próximo e por tudo aquilo que influencia a vida de todos. Tal vocação envolve o gosto apurado pela competição, pela observação das leis e dos padrões éticos e a preocupação especial pelo outro e pelo bem público, exigindo uma forte disposição moral e espírito de combatividade. Quem se habilita?”
Carta ao Sindiporto Nº. 02
À Diretoria
Nesta
Cumprimentando-os vimos, em primeiro lugar, solicitar uma resposta à primeira carta endereçada a esta sindical datada de 29/02/2008, cujo assunto é sobre a instalação das comissões paritárias, em atendimento á cláusula 12 do ACT vigente. Lembramos que o prazo para a referida instalação já venceu, pois as mesmas devem ser instaladas 45 dias após a assinatura do ACT.
Será que questionamentos nunca podem ser feitos por aqueles que percebem a notória falta de critérios mais justos e imparciais, pois o que parece é a convivência que, permitindo estreitamento nos laços de interesses e amizades, interfere sobremaneira nas indicações e permanências em certos cargos ou funções de confiança, ainda que não formais, não se levando em conta outros critérios os quais, julga-se, seriam os mais sensatos. A confiança também é conseqüência de uma avaliação e monitoramento dos passos de um funcionário na Cia. Mas será que todos estão sendo realmente avaliados? É intenção de a CDP criar, dentre outros vários, o cargo de Gerente de Segurança Institucional (GSI). Aqui cabe logo uma pergunta: haverá mudanças na estrutura organizacional da Guarda Portuária ou apenas se criará uma gerência, mantendo-se tudo como está? Ou seja, serão mantidos para certos, hoje, integrantes pertencentes ao quadro da GP alguns privilégios ou todos serão tratados de forma igualitária? Olhar-se-á a segurança primeiramente ou se deixará que certos integrantes não voltem mais a “rachar portão”, pois o que parece é que alguns na GP, se achando mais do que outros, parecem achar para si um demérito voltar a trabalhar com coletores, abrirem e fechar portões, trabalharem nos píeres, etc. Além dessa GSI é necessário, também, o trabalho em parceria com as administrações de cada porto, conforme o que preceitua a lei 8630/93 em sua seção II, art. 33. §1º, alínea IX, onde cabe a administração do porto organizar e regulamentar a Guarda Portuária, a fim de prover a vigilância e segurança nos portos. Porém, tem que se levar em conta o lado preponderantemente profissional, e não o que se tem visto hoje na Guarda Portuária, pois esta deve ser para o todo, e não apenas para um grupo Se isso não for feito, essa GSI em nada virá a somar no organograma da CDP. Seria mais aceitável que o indicado à GSI não fosse extra - quadro, mas sim alguém de dentro da própria Guarda Portuária, pois já conhecem, dentre outras coisas, a rotina do trabalho da GP. Se a intenção é moralizar a GP, que se moralize indicando alguém que tenha aceitação dentro dessa categoria de profissionais e pelo seu histórico de trabalho na CDP. Pelo menos o que se percebe é que os atuais Apobel e Supbel são funcionários da área de operação do cais do porto de Belém, indicados, julgo, por suas respectivas competências técnicas, também. Igualmente, dentre os possíveis nomes da GP a serem lembrados para essa gerência deveriam constar nomes novos (não as indicações passadas da diretoria do Sindiguapor), nem serem atuais diretores do citado sindicato, para que não haja margem para qualquer dúvida de possíveis influências dos aqui citados, através de seus contatos políticos, a essa indicação, Deve ser feito, sim, o que estabelece o ACT em sua cláusula 12.
Outra situação é os atuais e indicados informalmente à função de PFSOs (supervisor de segurança) do porto de Belém e Miramar. Pelo fato dos titulares estarem de benefício, no porto de Belém o Supgua vem acumulando também a função de PFSO e em Miramar o atual apresenta uma conduta profissional, para muitos, incompatível e não compromissada com a responsabilidade e visão coletiva e do todo que a função requer, inclusive com várias reclamações por parte dos demais colegas de profissão quanto a sua falta de companheirismo e cobranças excessivas e não recíprocas durante o serviço. E os demais que estão habilitados para a função e que coincidentemente não são diretores sindicais, como ficam nesse contexto? Será que aqueles já estão preparando o caminho político para permanecerem nessas funções quando o cargo de PFSO entrar no organograma da CDP? É muito conveniente só pensarem em si mesmos, quererem em pouquíssimo tempo de exercício se firmar numa função outrora desempenhada com eficiência e dedicação, por exemplo, pelo inspetor José Lúcio, deixando este profissional de lado que muito já contribuiu à CDP no exercício da função e que se encontra afastado por motivos médicos e até certo ponto alheio ao que vem acontecendo na Cia. O lado moral e ético, também, deveria ser critério de avaliação para se ocupar estes cargos.
Temos plena consciência do nosso grau de esclarecimento sobre o que aqui questionamos, bem como, do grau de combatividade que exercemos àqueles que fazem da política uma forma de sustento. Por isso é que trazemos à tona todas essas questões para que sejam feitos os devidos encaminhamentos os quais, julgam-se necessários. Igualmente, temos nos esforçados bastante para ainda acreditarmos em certas pessoas que, enquanto comissionados, não parecem estar cumprindo com aquilo que seria condizente com suas consciências e imagens que de si repassam a nós enquanto suas condutas éticas e retidão de seu caráter. No mais, nos esforcemos em brigar para que a CDP continue como Companhia Docas do Pará e para que não se enquadre, considerando certas questões específicas, em Cada Dia Pior.
Chapa 02
Belém, 14 de março de 2008
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