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2008-02-24 - DIGNO DE REGISTRO HISTÓRICO
CARTA ENVIADA POR E-MAIL POR TRÊS FUNCIONÁRIOS DA CDP A VÁRIOS OUTROS FUNCIONÁRIOS E TERCEIRIZADOS, TAMBÉM DA CDP, BEM COMO, AOS INTEGRANTES DA CHAPA 2.
OBS.: O TEXTO ABAIXO CITADO ESTÁ REPRODUZIDO EM SUA ÍNTEGRA.
Existem na CDP alguns funcionários que são considerados pelos demais como uma referência para eles próprios quanto para Cia. Independente do tempo de estada nesta casa, tais funcionários fazem parte de um seletíssimo grupo, pois o histórico de cada um lhes serve de atestado de idoneidade, o que dá a estes a chamada reserva moral e ética que a outros falta. Somos três funcionários antigos da casa, todos no mínimo com mais de 20 anos de serviço e o que é mais relevante, lotados hoje um na administração do porto de Belém, outro na de Miramar e o terceiro no escritório central da Presidente Vargas, o que tornará nossa observação sobre as recentes eleições no Sindiporto, bastante rica, independentes e isentas de quaisquer emoções, subjetivismos ou juízos de valor. Como já passou a eleição, podemos afirmar que todos votamos na chapa 2, porém não nos sentimos derrotados, sendo que um de nós mudou o voto na última hora, justamente o que trabalha no porto de Belém.
O vice da chapa 2 a nosso ver abriu precedentes nunca antes vistos na historia política – sindical das entidades de classe existentes nesta empresa. Na condição de um simples guarda portuário, posto que erroneamente muitos funcionários de outros setores tenham certa rivalidade com o pessoal da guarda, sua conduta nesta sociedade de economia mista, vem sendo já há algum tempo merecedora de nossas observações e comentários reservados.
O que sabemos é que o mesmo não é mais associado do Sindicato dos Guardas, pois não vinha concordando com uma série de situações lá estabelecidas. Enquanto esteve neste sindicato, influenciou principalmente os mais novos na empresa a se posicionarem também contrariamente a estas situações que questionava, o que foi suficiente para ter deixado uma massa muito crítica entre os que lá são associados. Isso serviu e muito à democracia, pois pelo que sabemos a diretoria atual do sindicato dos guardas está e muito sem credibilidade entre a grande maioria dos seus associados. Em meio a esse processo de saída de um sindicato e ida para o outro (Sindiporto), pelo que tomamos conhecimento, houve bastante relutância por parte da diretoria deste em aceitá-lo como associado, o que quase impede sua candidatura nas recentes eleições.
Já viam nele uma possível ameaça ao status quo, cuja manutenção é calcada de há muito tempo, na política do pão e circo ou, da cerveja, bola e churrasco.
É muitíssimo interessante ressaltar que não aceitando a posição que o pessoal queria lhe dar na composição da chapa 1, este passou sozinho a arregimentar outros funcionários para assim montar uma segunda chapa e, o que foi mais interessante, ao mesmo tempo em que este, de certa forma, colocava sua imagem à exposição de todos - pois diziam que este nunca iria conseguir seu intento, que apenas era montar uma outra chapa, para dar aos outros uma alternativa a mais de voto, além de poderem se lançar candidatos – contagiava-nos pela sua determinação, combatividade e grau de esclarecimento e informações sobre questões relevantes como política, sindicato e assuntos do contexto geral portuário econômica e socialmente falando. Essa postura mostrou sua personalidade forte, pois o eterno vice do atual presidente, em virtude da amizade que tem com este, veio novamente como vice, já que o atual presidente não abria mão de ser novamente o candidato oficial da situação. Isso demonstra o quanto este eterno vice se abstém de seu projeto pessoal em se lançar como encabeçador de chapa, em troca, até mesmo, de uma amizade duvidosa, que só visa o eu e não o nós. Com isso, não foi difícil montar a chapa 2, bem como este se tornou para muitos a real e concreta opção de mudança que o sindiporto de há muito tempo precisa.
Pelo fato de dois de nós trabalharmos perto da onde se deu a votação e apuração no cais do porto de Belém, pudemos observar que este guarda em certos momentos praticamente era visto só em meio a tantos e tantos da chapa 1(os chamados camisas pretas) mas em nenhum momento perdeu sua compostura, serenidade ou deixou se intimidar, até certo ponto, pelo clima de achincalhe pelo qual passava, pois os eleitores da chapa 1 os instigava a todo o momento no claro propósito de que esse partisse para a falta de urbanidade e possivelmente cordialidade, o que provavelmente arranharia e muito sua imagem perante os eleitores. Mas todos nós sabíamos que era muito difícil a situação perder essa eleição, pois, sem querer entrar no mérito da questão, sabe-se lá o que não foi feito para os eleitores votar na chapa da situação, igualmente, sabe-se lá quem os estavam apoiando e financiando, Em uma palavra, vencer quem estava usando a máquina era quase impossível. Mas este guarda se predispôs a isso.
Após a divulgação do resultado os próprios integrantes da situação nos confessaram que tinham receio de não ganhar, posto que este rapaz - não fosse alguns nomes ruins na sua chapa, os votos dos aposentados e, palavras do próprio pessoal da chapa 1, dois espiões infiltrados inclusive como candidatos na chapa 2 – obteve com poucos meses de associado uma aceitação dentre todos os associados que outros levam anos e anos para conseguir.
Agora o mais digno e louvável de registro, pois nos presenciamos isso, foi que este rapaz não arredou pé em nenhum momento da sede do sindiporto, mesmo tendo trabalhado na noite anterior, até à hora do anúncio oficial da chapa vencedora. E quando isto aconteceu este, após o revés sofrido e quando se retirava do local, foi efusivamente hostilizado com palavras de achincalhe, como se fosse alguém que estivesse acabado de cometer algo abominável aos homens de boa vontade. Até mesmo um guarda portuário que por lá se encontrava fardado e outro a paisana e com a perna envolta com ataduras, os apupava e os vaiava entusiasticamente como se esse fora um inimigo mortal de todos os que ali se encontravam. A verdade, companheiros da CDP, é que os urros não era pela vitória do candidato deles, antes pela derrota daquele solitário guerreiro que demonstrou uma grandeza muito grande de espírito, pois ao sair pelo portão, até cumprimentou seus adversários eleitos sem baixar o nível a qualquer um deles.
Mas o que mais nos impressionou foi a serenidade e tranqüilidade apresentada por ele, pois este deixou o recinto de cabeça erguida e à vista de todos, e não escondido como fazem os sórdidos.
Por tudo isso aqui relatado, esse nosso colega de trabalho nos enche de orgulho por nos permitir respirar o mesmo ar que respira, por trabalharmos na mesma empresa. É como um de nós lhes disse no dia da eleição: - “a tua reputação, prontidão de ânimo e retidão de caráter fez com que teu prestígio deixasse de caber numa caixinha de chiclete e passasse a caber numa caixinha de fósforo”. Mas, infelizmente, só os mais esclarecidos e politizados e que percebem isso a tempo. Estamos tranqüilos com nossa consciência, pois sabemos que os nossos votos foram fruto de todas essas observações que vínhamos fazendo a respeito deste candidato.
Assinam
MH - ESCRITÓRIO CENTRAL
PS - TERMINAL DE MIRAMAR
EM - PORTO DE BELÉM
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