Princípio de
Funcionamento das Lâmpadas de Descarga
Quando o circuito da lâmpada
fluorescente é alimentado, o starter abre e fecha, criando
pulsos amortecidos de alta tensão e de alta freqüência que dão
inicio ao processo de ionização do gás. Com o aparecimento de
pares íons/elétrons que são atraídos pelos respectivos
eletrodos, temos impactos que liberam novos elétrons.
O reator é um indutor de
elevado valor que funciona em conjunto com o starter. O
starter típico é formado por um capacitor em paralelo com uma
pequena lâmpada a néon que leva em seu interior um interruptor
de lâmina bimetálica.
Ocorre então um efeito de
"avalanche" que acaba por ionizar todo o gás que, então, se
torna condutor. Nessas condições (gás conduzindo), ocorre uma
brusca queda de tensão e o starter é "colocado fora de ação" e
deixa de funcionar, passando toda a corrente, agora, pela
lâmpada.
Todo starter para
lâmpadas fluorescentes tem no interior uma lâmina bimetálica e
uma pequena quantidade de gás néon. Quando se aplica os
iniciais 110V a condução gasosa pelo néon inicia (a tensão
mínima de ionização do néon é cerca de 80V); essa corrente
passando pelo bimetal o aquece (efeito Joule), ele enverga e
encosta no outro terminal, fechando o circuito para o
filamento da lâmpada fluorescente.
Quando o bimetal esfria
ele abre os contatos dentro do starter e nessa fase ocorre a
auto-indução no reator elevando a tensão para cerca de 450V e,
com isso, iniciando a ignição da lâmpada. Com a corrente
principal estabelecida, a tensão entre terminais da lâmpada
fluorescente e starter (circuito paralelo) cai abaixo dos 80V.
A lâmpada permanece acesa mas, o néon do starter não conduz, o
filamento permanece desligado.
A ionização tem como efeito
principal uma emissão de radiação que se concentra
principalmente na faixa ultravioleta do espectro. Essa
radiação incide no revestimento de fósforo da parede interna
do tubo e esse, por sua vez, a converte em luz visível.
A luz de uma lâmpada de descarga é produzida pela excitação de
um gás (vapor de metal ou uma mistura de diversos gases e
vapores) dentro de um tubo de descarga.

Para
se estabelecer uma descarga elétrica através de um gás, uma certa
voltagem mínima - a voltagem de partida - é necessária. Após a
ignição a corrente aumenta devido a formação desobstruída de uma
descarga de elétrons pela ionização.
Esta corrente irá
tornar-se perigosamente elevada caso não houvesse resistência
suficiente, externamente ligada em série (o reator) no circuito da
lâmpada. No caso da corrente ser suficientemente limitada, uma condição
estável é criada e a descarga torna-se auto-suficiente.
As lâmpadas de
descarga mais comuns são as fluorescentes, de forma tubular, que
funcionam com descarga em baixa pressão de mercúrio. Por suas vantagens,
como longa vida, eficiência e economia no consumo de energia, tais
lâmpadas são amplamente utilizadas na iluminação interna industrial e
residencial.
Princípio de
Funcionamento das Lâmpadas Incandescentes
A lâmpada incandescente produz luz por meio de um filamento aquecido pela
passagem de corrente elétrica.
Quanto maior a
temperatura do filamento, maior será a produção de energia radiada na
região visível do espectro e maior a eficácia da lâmpada.
O filamento
utilizado nas lâmpadas incandescentes atuais é feito de tungstênio. O
tungstênio tem um ponto elevado de fusão e uma baixa taxa de
evaporação. Assim, pode atingir temperaturas maiores de operação e consequentemente maior eficácia do que se poderia obter com outros
metais.
Um aumento da
eficácia luminosa é obtido espiralando-se o filamento. O filamento
duplamente espiralado (o que aumenta mais ainda
a eficácia e reduz o tamanho do filamento) é hoje usado em muitos tipos
de lâmpadas incandescentes. Um filamento espiralado apresenta uma
superfície efetiva menor para o gás. A perda de calor por condução e
convecção é reduzida.
Enchendo-se o bulbo
com um gás inerte a evaporação do filamento é reduzida,
consequentemente, a temperatura de funcionamento do filamento
poderá ser maior. Nitrogênio e argônio são os gases mais
comumente usados.
Criptônio é um gás inerte que causa menor perda por condução e
convecção, porém pelo seu alto custo, até agora foi usado
somente em certas lâmpadas especiais.
|
O Choque Elétrico Para que haja corrente elétrica é preciso que haja tensão. As duas
aparecem simultaneamente atendendo a lei de Ohm. Comportando-se o corpo
humano como um resistor, sempre que este for submetido a uma tensão
elétrica, haverá nele corrente elétrica. Assim, se encostarmos
as mãos nos terminais de uma tomada de 100V, sentiremos um choque
elétrico, enquanto que, se colocarmos as mãos, uma em cada borne, de uma
bateria de um carro, não sentiremos choque. A explicação é simples: a
resistência do corpo humano é, em média, de 2000W,
e nosso corpo só começa a sentir choque elétrico para correntes acima
de 10mA. Portanto, no 1º caso teremos I = 100/2000 = 55mA enquanto que no
2º caso teremos I = 12/2000 = 6mA.
Um pássaro
pousando na rede de alta tensão não sente choque em virtude de estar com
os pés no mesmo fio, ou seja, praticamente no mesmo potencial, pois o fio
é um bom condutor, não havendo, portanto, corrente no seu corpo, embora
no fio possa haver centenas de ampères.
Uma situação muito comum, é quando um ferro elétrico ou um
refrigerador está causando choque. Para solucionar esse
problema, costuma-se inverter o plugue da tomada. A explicação é simples: nas tomadas de 110V, apenas
um fio "dá choque" é o chamado fio fase ou fio
"vivo"; o outro (chamado de neutro) é ligado à terra de modo
que, quando nele tocamos, estando com os pés no chão, não há passagem
de corrente já que os pés e as mãos estão no mesmo potencial. Assim,
se o ferro estava "dando choque" é porque o fio fase devia
estar desencapado em algum ponto e em contato com a parte metálica do
ferro, invertendo o plugue, o fio em contato com o ferro passou a ser o
neutro. Entretanto, o problema técnico, a rigor, não foi solucionado.
Outra situação
importante é ilustrada na figura animada a seguir, onde temos uma fonte
de tensão contínua e igual a 20kV e nela colocaremos em série com o
corpo humano uma dada resistência. É importante alertar que no caso onde
há uma resistência em séri e
de 4MW
ocorre um fenômeno que a lei de Kirchhoff não prevê, que é
chamado choque eletrostático. Assim, enquanto a fonte está em
aberto, existe uma tensão de 20kV em seus extremos que cai
bruscamente para 10V apenas quando o circuito é fechado pelo
corpo da pessoa. No intervalo dessa queda brusca, ocorre o
choque eletrostático, que não é dos mais perigosos, em virtude
de atuar durante um intervalo de tempo muitíssimo curto.
Portanto, o perigo de um choque elétrico não depende só da
intensidade de corrente mas também da duração do choque.
Experiências realizadas mostraram que o limite de corrente
suportável pelo corpo humano obedece à fórmula empírica:

Onde t é a duração do choque em segundos.
|